sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Insônia

    Durante toda a minha vida, nunca tive insônia. Acredite, me lembro vagamente de uma ou duas noites que passei em claro decorrente de gripes e narizes entupidos, tirando as madrugadas de festas, claro. Até algumas semanas atrás, eu era capaz de dormir dez horas sem sequer acordar, apesar de dormir apenas cinco ou seis por dia. Venho me surpreendendo com minha própria mente, que ama a noite e a escuridão. São três da madrugada e não há nada que me faça adormecer novamente, contradizendo quatorze anos de puro sono até o alarde de um despertador.
         Insônia, minha mais nova amiga, companheira de todas as noites, juntamente com as xícaras de café e acende-apagas de luzes. Penso na vida, desenho cavalos e plantas de casas, escrevo. Não ligo o computador nem a televisão, tentando não me acostumar a isso. Mas é como se ela sempre existisse.
     Seja bem-vinda, querida insônia maligna, mais uma vez, mais uma noite.

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